Mamografia: Brasil
rejeita orientação dos EUA
Em nota oficial, a Sociedade Brasileira de Mastologia refutou a nova recomendação norte-americana para rastreamento de câncer de mama, que indica a mamografia de rotina a partir dos 50 anos, em intervalos de dois anos, para mulheres que não pertencem aos grupos de risco.
"A Sociedade Brasileira de Mastologia mantém a posição de que a mamografia é necessária a partir dos 40 anos e deve ser feita anualmente", diz o comunicado assinado pelo presidente da entidade, Ricardo Chagas. Segundo ele, no Brasil há uma alta incidência de tumores em estágio avançado por causa do diagnóstico tardio.
A posição do Inca (Instituto Nacional do Câncer) é outra. "Desde 2006 temos evidências de que não há grande benefício em rastrear mulheres jovens", afirma Ana Ramalho Ortigão, gerente da Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica do Inca. O órgão continuará não recomendando o rastreamento antes dos 50 anos, segundo Ortigão.
Mário Mourão Netto, diretor do departamento de mastologia do Hospital do Câncer A.C. Camargo, afirma que continuará realizando o exame anual a partir dos 40 anos para o grupo de baixo risco. "A mamografia em si não aumenta a sobrevida, mas possibilita iniciar o tratamento mais cedo e melhorar a resposta [da paciente] a ele", diz o oncologista.
Alfredo Barros, coordenador do núcleo de mastologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, é da mesma opinião. "Se há trabalhos mostrando desvantagens [da mamografia precoce], outros mostram a sua importância."
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