Censo do ensino superior
WALTER GALVÃO
O Ministério da Educação divulgou o censo do ensino superior realizado entre março e junho deste ano a partir dos dados de 2008. Um diagnóstico indispensável para o país. Temos atualmente cinco milhões de estudantes. O número de centros universitários, faculdades e universidades era 2.281 entre 2007 e 2008 e caiu para 2.252. Confirma-se tendência de redução da oferta de vagas depois da expansão desenfreada de 13%% registrada na primeira metade da década.
Uma pequena redução que traz embutido um problema grave: a explosão das vagas ociosas. Num contexto em que quase 80% das vagas oferecidas estão nas entidades privadas, vale ressaltar que do total de 1.478.318 de vagas não preenchidas 98% estão justamente nas instituições particulares e confessionais. Ínfimo é o percentual em estaduais e municipais. Nas 57 universidades federais, que têm 643 mil alunos, o censo identificou nada menos que sete mil vagas não ocupadas no ano passado. O Ministério da Educação estima em R$ 12 mil o custo médio anual por vaga. Calcule-se, então, o tamanho do prejuízo da sociedade e principalmente de estudantes sem acesso a essas vagas por inúmeras razões, entre as quais estão problemas de preparação no âmbito da educação básica.
Ainda sobre esse prejuízo, registre-se que o governo federal investiu R$ 2 bilhões no ano passado em expansão do ensino superior. As não ocupadas representam 50% do total de vagas projetado para a expansão.
As vagas ociosas disparam um alerta vermelho tanto para o Estado quanto para as empresas do setor educacional. Público e privado precisam rever a metodologia de abordagem do campo quanto ao planejamento para acesso e acessibilidade estudantil. Os governos devem atentar para a contabilidade social e revisar o custo-benefício dos investimentos na expansão bem como no foco. Apesar do que foi gasto na expansão da educação tecnológica superior, o acesso foi menor em relação a 2007. O setor privado obriga-se a reduzir as vagas ociosas em benefício de todos. Do jeito que a coisa está, não dá pra ficar.
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