Realidade da produtividade
nos setores público e privadoWALTER GALVÃO
Surpreendente o resultado de estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea sobre a produtividade no país.
A verificação do que aconteceu nesta área da economia, ou neste plano de realização econômica, entre os anos de 1995 e 2006 revelou que a produtividade da administração pública foi maior, e neste caso quer dizer, também, melhor, do que a da administração privada.
"Em todos os anos pesquisados, a produtividade da administração pública foi maior do que a registrada no setor privado. E essa diferença foi sempre superior a 35%”, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ao divulgar o estudo no último dia 19, conforme registrou a Agência Brasil.
Deve-se atentar para o que acrescenta Pochmann: “No último ano do estudo [2006], por exemplo, a administração pública teve uma produtividade 46,6% maior [do que a do setor privado]. O ano em que essa diferença foi menor foi 1997, quando a pública registrou produtividade 35,4% superior à da privada”.
É ou não é de gerar perplexidade esse resultado num contexto de comprovada ineficiência e ineficácia de políticas e serviços públicos em áreas como saneamento básico, saúde, educação, infra-estrutura?... Lembrando de números oficiais no que respeita ao desvio de recursos públicos, sabe-se que no mínimo 20% da massa destinada à educação some no abismo da corrupção endêmica.
Mesmo assim, e os indicadores do Ipea são eficientes, a produtividade da administração pública bate a esfera privada.
Mais um dado provocativo: 11,6% do total de ocupados no Brasil estão no setor público. Um percentual que representa 15,5% do valor agregado da produção nacional. Impressionante tal performance.
Recapitulando: produtividade é a relação entre o que é produzido e os recursos empregados para tal.
Na performance de qualquer organização, pública ou privada, produtividade tem a ver principalmente com desempenho de equipes, com a dinâmica dos recursos humanos. Mais uma vez o resultado atropela convicções históricas, por que não dizer atávicas?, quanto ao desempenho do servidor público, servidor que na Paraíba foi até classificado de "câncer" por um governador em momento explícito de markecídio.
O fato é este, irrefutável.
Os técnicos do Ipea atribuem o desempenho positivo a fatores como investimentos planejados em informática; processos mais eficientes de licitação; e a certificação digital, bem como a renovação do serviço público, por meio de concursos.
É como diz o presidente do Instituto, Márcio Pochamann, houve uma quebra de paradigmas. Nova e instigante realidade que implica em desdobramentos positivos para o processo de resgate da qualidade de alguns serviços públicos. O que é importante para a população, e fator de equilíbrio para a economia.
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