Acordo na pressão
WALTER GALVÃO
Os Estados Unidos tiveram papel decisivo nesta nova tentativa de acordo em Honduras para restabelecimento da normalidade democrática possível.
O que é positivo e negativo. Positivo porque é importante o esforço diplomático multilateral para o fim do impasse. A população de Honduras merece e precisa. Sem dúvida, é necessário varrer do mapa das Américas os golpes e os golpistas, se bem que as pistas indicam que Zelaya quer a perpetuação no poder seguindo a moda lançada por Hugo Chaves. Levou um golpe porque queria dar um golpe mudando a Constituição.
Mas é altamente negativa a interferência dos Estados Unidos. As razões: destroça tal interferência a legitimidade e a representatividade da OEA que sem a liderança ostensiva dos EUA tem poder ínfimo na concretização de objetivos estratégicos. Isto ficou provado no episódio Zelaya; subordina os interesses diretos da economia Hondurenha à política externa estadunidense, que não tem moral, se bem que tenha cacife, para bancar as regras numa área que foi depredada pela pirataria irresponsável dos tubarões de Wall Street; concentra a autoridade para arbitrar conflitos na esfera da OEA nas mãos de Obama. O que é bom para os Estados Unidos nem sempre é bom para os demais países americanos.
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